sexta-feira, 21 de maio de 2010

enjoy the silence...

Fugia do silêncio como quem foge da morte. No silêncio seus pensamentos gritavam e o barulho era insuportável. Era quando não havia som nenhum que seus medos lhe falavam aos ouvidos, que memórias eram desenterradas, lhe mostrava verdades. Fugia do silêncio por que sabia que não era forte o bastante pra encarar tudo aquilo.

O silêncio, era como um espelho, mostrava todas as imperfeições. Era quando não havia nenhum som que lembrava, que no mundo dos homens, não há perfeição. Todos cometem erros, todos têm defeitos. No silêncio começava a inquietude, a angústia, o medo, a depressão. Não havia máscaras, não havia fantasia, no silêncio percebia que era tudo aquilo que não queria ser. Fugia por que não queria ficar perto daquilo que o silêncio lhe trazia.

Não percebia que era nesse momento, quando não havia som nenhum, que tinha uma chance de se observar, de se olhar de fora. Não via na ausência do som uma oportunidade de analisar seus atos. Não conseguia encontrar a paz no seu ser. Procurava sempre ocupações, das mais diversas, pra não deixar que o silêncio lhe mostrasse todas as feridas.

O silêncio é uma oportunidade sua, consigo mesmo, pena que não possa enxergar. É um exercício fantástico encontrar a paz com o que você realmente é na ausência de ruídos. Tudo o que você quer, está ao seu alcance, depende somente de você. Observe-se, perceba a pessoa que você está sendo, a pessoa que você é e a que você gostaria de ser. Enjoy the silence...

“Words like violence

Break the silence

Come crashing in

Into my little world

Painful to me

Pierce right through me

Can't you understand”

Enjoy the silence – Depeche Mode

2 comentários:

Unknown disse...

O silêncio de nossa alma é o caminho que Deus encontra de se comunicar conosco. TAlvez por isso doa tanto em nós a quietude...a verdade sempre sobressai na consciência nesses momentos.

P.S.:Lindo o texto, minha amiga!

Rafa Souza Leão disse...

Aninha, você tá escrevendo lindamente!

No silêncio seus pensamentos gritavam e o barulho era insuportável.

Puta merda! Tô triplexa!