quinta-feira, 28 de outubro de 2010

tudo que eu prefiro, eu quebro.


Quebro mesmo, mas é sem querer... Quem em sã consciência iria destruir o que prefere? Eu também não sou louca, deve ter algo errado em mim, só pode. Mas é dito e feito, se eu gostar muito, seja lá o que for, de uma forma ou de outra vai acabar quebrando. Por mais que eu faça ou cuide, inevitavelmente o objeto possuidor da minha predileção vai se espatifar e na maioria das vezes não vai ter mais conserto.

Algumas dessas coisas, com o tempo, eu acabo percebendo que nem deviam ser tão prediletas assim, e outras me fazem uma falta enorme e sempre que pensar nelas vai me bater uma saudade gigantesca. De repente eu precise exercitar o meu desapego, algum motivo deve ter, não é possível... Coisa mais chata essa de sempre perder as coisas que mais gosta.

Nem sei se isso é normal, se acontece com todo mundo, mas a mim isso incomoda e muito. De roupa a pessoas, se eu gostar muito, “puft!”, algo vai acontecer e eu vou acabar perdendo ou quebrando. E todos esses fatos juntos, quando eu paro pra pensar sobre isso, tem um efeito avassalador em mim. Já pensei até que o espírito de Murphy deve ser amigo do meu anjo da guarda. Soa engraçado, eu sei, mas pra quê a gente vai chorar se pode rir, não é?

Eu gostava muito de dançar, mas o meu joelho e o meu ombro doíam tanto que eu tive que parar. Jogava vôlei e todo mês era um dedo diferente quebrado. Gostava muito do meu smartphone, “pow!”, parou de funcionar. Tinha uma amiga de quem eu muito gostava, quase uma irmã, descobri cada coisa que é melhor nem comentar... Um brinco, perdi. Uma calça, rasgou. Uma sandália, minha cadela comeu. Meu perfume, não vendem mais. O esmalte, saiu de linha. O show, o sorvete, o bar, o namorado, a lanchonete, a praia, a máquina de costura, tanta coisa... É impressionante!

Tudo isso só pra começo de conversa, pra vocês perceberem que eu fico rindo, mas estou falando sério. Então, pessoal aí de cima, dá pra ajudar o meu anjo da guarda? O coitado já deve estar cansado ou talvez seja desatento, desastrado como eu. E olhe que nem julgo o coitado, no final das contas, nem culpa o danado deve ter. Mas essa história está me deixando abusada e acho que já passou da hora disso ter um fim, vocês concordam?

P.S.: Escrevi esse texto ontem a noite, logo depois fui ler o texto do dia no pão diário. A mensagem do dia era sobre o termo “achados e perdidos”, que o autor questionava se não deveria ser o contrário, por que primeiro se perde algo pra depois poder achá-lo. Depois de toda defesa sobre o uso do termo na ordem inversa, o autor dizia que pra quem leva a vida sob os ensinamentos de Papai do Céu, o correto era realmente achar pra depois perder e que quando se perde, portas são abertas pra que a gente possa encontrar algo melhor, algo novo. E quando terminei de ler, fiquei com peso na consciência por causa do texto que tinha escrito minutos antes...

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