segunda-feira, 13 de setembro de 2010

conversa de despedida...

Ele chega, abraça, beija a testa. Carinho, algumas palavras bonitas, mágoas escondidas. Ela escancara, chora, desespera. Não quer, não pode, desiste. Ele implora, quer tentar, não consegue. Fala calmo, suave, triste. Ela pede, não faça isso, não consigo. É intensa, sincera, verdadeira. Machuca, sem querer, pedindo pra assim não ser. Ele reluta, diz que aceita qualquer briga, qualquer luta. É contra os seus princípios, não sabe ser metade, não sabe disfarçar; nem fingir. Fala a verdade, coração apertado, ar faltando, lágrimas rolando. Não consegue se entregar, não pode ser sua, já é de outro alguém. Oferece uma vida, ser rica, carro, casa e dinheiro. Nada disso importa, manda sair pela porta, não é objeto, futilidades não tem importância. Ela quer amor, carinho, atenção. Pouco importa o dinheiro, prefere o amor, prefere aquilo que dura. Quer retribuir o que por ela sentem, mas no coração ninguém manda, a razão não tem vez. Cada pedaço do ser estraçalhado, coração aberto, alma partida. Ele também em pedaços, não era fácil, preferia um pesadelo. Ela era linda, sua simplicidade encantava, seu desapego surpreendia, sua humildade digna de admiração. Não gostava de presentes, nunca se fazia ausente, era uma rosa que feriu sua mão. As palavras sinceras, os espinhos, a admiração. Dois amores platônicos, impossíveis, belos. Paulo que amava Lili, que amava Francisco, que não amava ninguém, nem a si.

“Amanhã ou depois sem os véus da moça que amava
Eu ainda amarei
Quem um dia me amou
E ainda que aí não possa
A moça está em algum lugar
Com ela agora há uma mulher
Que escolhe andar por onde vão seus pés
Que escreve, antes de ler seu destino
Eu tenho que ir,amado
Adeus menino

Adeus Menino – Luiza Possi

3 comentários:

Rafa disse...

Se esse nao foi melhor texto, eu nao sei qual foi... FANTÁSTICO!


Quer retribuir o que por ela sentem, mas no coração ninguém manda, a razão não tem vez. Cada pedaço do ser estraçalhado, coração aberto, alma partida.

Francisco, que não amava ninguém, nem a si.


A última frase, então, você arrasou.

Andresa disse...

ana.... isso é baseado em fatos reais? o.0

Anita dos Anjos disse...

tem liberdade poética envolvida, como todo texto... =)